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GATO MUNCHKIN
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Com suas exclusivas pernas curtas, o novíssimo Munchkin provoca bastante polêmica.

Esta raça novíssima está agitando o mundo dos apreciadores de felinos. Parece que saiu de uma caixinha de surpresas. É daqueles casos tão marcantes da natureza, que acaba sendo perpetuado por alguém. Afinal, trata-se do único gato que tem pernas curtas – cerca de um terço do tamanho normal.

Onde quer que o Munchkin apareça, o visual baixinho causa reação, seja de surpresa, admiração ou espanto. Muitas questões já foram levantadas por causa das pernas curtas, com base na idéia de que poderiam ser uma deformidade e, por isso, restringir a capacidade de sobrevivência na natureza. Nesse caso, o Munchkin seria prejudicado nas habilidades dos felinos para a caça, como correr com rapidez, subir em árvores, pular e na agilidade típica dos gatos para disputas e fugas. Além desses aspectos, outros são colocados em debate. A criadora americana Sue Servies, por exemplo, em entrevista à revista The Tampa Tribune, argumentou sobre a possibilidade do Munchkin não conseguir coçar direito todo o corpo para se aliviar das pulgas e de outros parasitas, e de a barriga raspar no chão durante a gravidez, prejudicando os filhotes e a movimentação da mãe. A veterinária americana Deborah Edwards, que cuida dos gatos do Hospital Largo, nos EUA, questiona, no mesmo artigo, sobre uma possível propensão a fraturas, devidos às pernas curtas não estarem aptas a amortecer o impacto das quedas. A juíza katherine Crawford, da The International Cat Association (TICA), em Harlingen, no Texas, também participa do artigo, lembrando os casos das raças caninas de pernas curtas, propensas a apresentarem problemas de coluna, como o Dachshund e o Basset-Hound. “O que os criadores vão fazer quando esses gatos começarem a apresentar artrite, reumatismo grave e problemas nos nervos?”, especula.

GATOS MUNCHKIN

ESTUDOS

Esse gato é raro mundialmente, inclusive em seu país de origem, os Estados Unidos. E, coincidentemente, todos os questionamentos apontados foram feitos por pessoas que não conheciam o Munchkin de perto. É compreensível, porque nesses tempos de proteção aos animais, aqueles que os amam se preocupam com o surgimento de raças problemáticas. As próprias pessoas que hoje conhecem bem a raça, já tiveram essas mesmas dúvidas ao terem um primeiro contato com ela.

A geneticista e juíza de todas as raças de gato, Solveig Plueger, que preside o Comitê de Genética da Tica e trabalha na Universidade de Medicina de Tufts, nos EUA, estuda os Munchkins há 6 anos. Em entrevista a Cães & Cia, disse que radiografou os ossos e as juntas de mais de 50 deles, entre filhotes e adultos, alguns com mais de 10 anos, e não constatou problemas de coluna em nenhum deles. “Males de coluna são raros em gatos, porque a espinha deles é mais flexível, diferente da dos cães”, explica. Ela comenta também que como o Munchkin não tem propensão a engordar, a probabilidade de o peso corporal levar a esses problemas é pequena. Solveig em seu trabalho tem concentrado os esforços para desvendar qual é o gene responsável pelas patas curtas. E, até o momento, não apurou qualquer ligação dele com os aspectos de saúde. Sabe-se que o gene é dominante, ou seja, basta que apenas o pai ou a mãe tenha as pernas curtas para passá-las aos descendentes, e que se trata de uma mutação e não de um defeito genético.

Os criadores também tem contribuído com uma série de observações do dia-a-dia, obtidas no contato constante com a raça. São unânimes em afirmar que o Munchkin faz, de uma maneira geral, tudo o que as outras raças fazem. Caça ratos, sobe em árvores com a mesma desenvoltura, corre com tanta rapidez quanto qualquer gato de pernas compridas e coça bem todo o corpo, uma vez que essa atividade depende da flexibilidade da coluna e não só do comprimentos das pernas. Os seus saltos chegam a aproximadamente 70 cm – cerca de metade da altura dos pulos da maioria dos outros gatos. Quanto às grávidas, nunca foi constatado que as suas barrigas tocam o chão.

A americana Terri Harris falou à revista Tampa Bay Pets, que em um estudo realizado com cerca de 250 ninhadas com 14 anos ou mais de idade, não foram encontradas evidências de fraturas, artrite ou outras deformidades. “Os mais velhos tendem a ser tão ativos quanto os jovens”, comenta.

Para reforçar o argumento de que o Munchkin consegue sobreviver bem na natureza, são mencionadas três colônias de gatos da raça, vivendo completamente livres, nos EUA. Uma nos subúrbios de Nova York, outra nos campos de Louisiana e a última num parque nacional da Carolina do Norte. Todas sobrevivem caçando, brigando, sem depender de ninguém.

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ACASO

Embora gatos de pernas curtas tenham sido documentados na década de 30 na Inglaterra e na década de 50 na União Soviética, o registro deles desapareceu por completo após a II Grande Guerra. A história do Munchkin atual só começou mesmo há 13 anos, em Louisiana, nos EUA, quando a professora de música Sandra Hochenedel viu duas gatas se esconderem debaixo de um caminhão para fugir dos ataques de um Pitt Bull. Com pena, as levou para casa, em Monroe, Louisiana. Alimentou-as e as deixou na garagem. As duas estavam grávidas e tinham pernas muito curtas. Batizou a preta de Blackberry e a cinza de Blueberry para Kay La France, mãe de uma de suas alunas de piano, que também morava em Moroe. Kay deixou Blueberry em uma região de plantações em Louisiana, onde tinha um negócio, e assim a gata e seus descendentes, vivendo livres, acabaram formando uma colônia de “pernas curtas”, hoje uma das provas da capacidade de a raça sobreviver a natureza.

Em 1990, Sandra e Kay resolveram doar quatro Munchkins a Solveig, que pela sua condição de geneticista e membro do Comitê de Genética da Tica poderia estudá-los e saber a viabilidade da raça com relação aos problemas das pernas curtas. A estudiosa comenta que, no começo, pensou também ser o Munchkin “limitado fisicamente”, mas após aprofundar-se ficou tão convencida da sua boa performance que se tornou uma admiradora e resolveu criá-lo.

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PARA SEMPRE

Solveig decidiu trabalhar para reconhecimento oficial da raça. Junto a outros donos de Munchkins, começou a divulgá-la. Apareciam com os gatos em exposições por várias cidades dos Estados Unidos, davam entrevistas a jornais e revistas e os levavam as programas de televisão. Queriam acostumar os olhos das pessoas, especialmente os dos juízes, àquela aparência exótica e ao mesmo tempo convencê-los, por meio da divulgação dos estudos, de que se tratava de um gato saudável.

Em 1992, tentaram o reconhecimento oficial da nova raça pela Tica. Mesmo Solveig sendo diretora, não tiveram êxito naquela primeira tentativa. Convencer de que era um gato diferente e que, portanto, poderia constituir uma nova raça foi fácil. Afinal, não existe nenhuma com pernas assim. Mas, provar que era saudável, ficou difícil. A aparência do Munchkin preocupava as pessoas. Os estudos sobre a sua saúde na época eram escassos e ainda não havia provas de sua auto-suficiência para sobreviver.

Um ano depois, Solveig se aliou a Laurie Bobskill, juíza de gatos, que hoje preside a The International Munchkin Society, para escrever um padrão para a raça. Analisaram cinquenta exemplares de vários donos e escolheram trinta que tinham características mais homogêneas. Levaram três meses para redigi-lo, baseadas nos pontos em comum de trinta gatos – cabeça triangular, olhos grandes e amendoados, nariz de comprimento médio, corpo intermediário, ou seja, nem muito esguio como o Siamês, nem pesado como o Persa. Não fizeram restrição à cor de olhos nem de pelagem, que pode ser tanto comprida quanto curta.

Então procuraram a entidade novamente, mais documentadas. Apresentaram análises feitas com 50 exemplares, chapas de raio-x , documentação das colônias que viviam livres nos EUA e levaram Munchkins idosos que se movimentavam agilmente. A diretoria e a presidência da Tica resolveram aceitar o gato na categoria New Breeds and Colors (NBC): “Novas Raças e Cores”. Trata-se de uma classe inicial para raças e cores inéditas.

O próximo passo para a raça será conseguir a oficialização definitiva. Para tanto é preciso preencher as exigências da entidade: 5 criadores, 50 gatos, 4 gerações e dez exemplares exibidos em dez exposições diferentes, no ano anterior ao pedido de reconhecimento com raça. Na próxima reunião anual da Tica, em setembro de 97, Solveig, que preside o Comitê de Genética da entidade, diz que já será solicitado o reconhecimento definitivo do Munchkin. A criadora Terri acredita que mesmo a um passo do reconhecimento, o plantel americano desse gato ainda não está totalmente bom, pois possui algumas características indesejáveis à raça. “Há exemplares com problemas de formato de cabeça e pernas curvadas para o lado de fora”, exemplifica.

Os entusiastas do Munchkin ainda não solicitaram o reconhecimento da raça nas outras entidades de gatos americanos. Na Europa, ele também ainda não é reconhecido como raça. A presidente da Federação Felina Européia (Fife), na Suécia, Alva Uddin, falou a Cães & Cia que a entidade não o fez simplesmente “porque não existem muitos Munchkins na Europa”. A Fife pede 20 exemplares e 5 gerações do gato para sua oficialização – coisa amplificada para um gato tão raro por lá.

Para se obter mais Munchkins, segundo orientam os criadores, pode-se cruzá-los com outros Munchkins ou com gatos sem raça definida, mas que tenham características semelhantes às descritas no padrão, para não descaracterizá-los. Os criadores nos EUA têm o hábito de utilizar nos acasalamentos descendentes, mas com as características desejadas para o Munchkin.

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EM ALTA

Um gato assim tão exótico e ao mesmo tempo raro (estimativas indicam haver apenas cerca de 300 exemplares nos EUA e pouquíssimos fora do país) só pode despertar interesse. Os criadores americanos dizem não conseguir atender os pedidos. Terri, por exemplo, tem uma lista de espera de 43 pessoas de vários países, até do Japão. Tanta procura o faz ser vendido por um preço alto, de 1.200 a 1.500 dólares. Como bem lembrou Laurie, “as pessoas gostam de pagar pelo incomum, algo que pode fazê-las também especiais.”

E se o Munchkin chama a atenção à primeira vista com seu visual exótico, quem tem contato com ele fica ainda mais encantado. Seu temperamento é dócil, alegre, brincalhão e sociável. Convive bem com outros gatos, cães e estranhos. Não é nem muito ativo nem parado. Gosta de dar suas cochiladas, mas não dispensa uma boa brincadeira.

É uma figurinha engraçada. Quando anda, sacoleja muito o traseiro, como se estivesse rebolando e quando quer espiar algo com mais alcance, senta nas patas traseiras e levanta as dianteiras, como fazem os coelhos. As pernas curtas se tornam até uma vantagem em alguns momentos. Para os donos, o bom é que o Munchkin não consegue, como outros gatos de pernas compridas, pular em cima das mesas e do fogão para roubar comida. O Munchkin, por sua vez, tem uma maior facilidade para passar em locais baixos e em vãos pequenos.

Outra característica do Munchkin é que adora esconder as coisas para depois pegá-las para brincar. Solveig conta que sumiu um colar dela e depois o relógio de pulso da filha. “Sigrid começou a acusar o irmão de estar fazendo aquela traquinagem”, conta. A criadora passou dias procurando em vão os objetos perdidos. “Acabei achando. Estavam escondidos debaixo da cama da minha filha: o local preferido dos meus Munchkins.”

Sigrid foi quem batizou o Munchkin com esse nome. O significado é “algo pequenino e bonitinho” e é também o nome de uma “doughnut” – aquela rosquinha de massa frita que já existe em algumas lanchonetes brasileiras e é muito apreciada nos Estados Unidos.

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